quarta-feira, 9 de setembro de 2020

O fim do que não começou - o FC Porto e a sua "Visão 621"


Com a saída confirmada de Fábio Silva e as possíveis saídas de Diogo Leite, Vítor Ferreira, Tomás Esteves ou Fábio Vieira, fica sem efeito aquilo que já chamávamos de “Visão 621”.

Mas comecemos pelo início. Chamava-se “Visão 611”. Era um projecto fantástico e apaixonante que cativava qualquer estudante de Futebol da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, que era o nosso caso.

Balizado em três categorias, a do recrutamento, a do desenvolvimento e a do rendimento, “o objectivo era potenciar ao máximo a qualidade dos jogadores, para que a formação produzisse mais jogadores capazes de integrar o plantel principal e para que a equipa principal ganhasse mais vezes.” (O Jogo, 2016)

Isto, de preferência concretizado entre os anos de 2006 e 2011, daí o nome do projecto. Contudo, o 6 não é apenas o número do ano inicial. Pinto da Costa ia mais longe e apontava o número 6 como sendo o número de jogadores titulares na equipa principal oriundos das suas equipas de formação.

Os anos foram passando, os jogadores evoluindo, mas a Visão não passou muito para dentro do Campo. Sobretudo, porque as pessoas que idealizaram e operacionalizaram o projecto foram saindo. E quem os substituiu tinha uma outra “visão”.

Criticado até pelo próprio presidente da Câmara do Porto, este projecto esteve longe de ser um insucesso ao contrário do que o querem fazer parecer. Foram muitos os jogadores de qualidade que “nasceram” e “cresceram” segundo estes princípios, tendo muitos deles atingido patamares de qualidade bastante superiores.

Contudo, o Futebol vai muito além do sucesso dentro de campo, e quando os valores económicos se sobrepõem aos valores desportivos e mesmo culturais é natural que projectos menos imediatos como este sejam desvalorizados…

Resta-nos assim esperar pela “Visão 631”.


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