segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A Ofensividade do Shakhtar Donetsk

Não sabemos se o conceito de Ofensividade existe. Se existir pode até não ser o mesmo que o nosso. Mas se há equipas na Europa com uma mentalidade (e sobretudo corporalidade) ofensivas, sem dúvida que o Shakhtar Donetsk estará no topo.

A equipa técnica portuguesa tem feito um trabalho extraordinário. Que Luís Castro nos perdoe, mas aqui somos daqueles que acreditamos que o todo é maior que a soma das partes. E talvez Luís Castro não conseguisse alcançar tamanho sucesso se não tivesse ao seu lado Vítor Severino, João Brandão, Darijo Srna, José Costa, Filipe Çelikkaya, Pedro Brito, António Ferreira ou José Boto (dados zerozero.pt).

Mais do que dissecar a equipa ucraniana, através de uma categorização daquilo que manifesta nos diferentes momentos de jogo, quisemos deixar isso para os mais competentes e preferimos antes abordar aquilo que mais nos impressiona que é a sua Ofensividade.

Antes de mais, importa balizar esse conceito. Para nós, Ofensividade é a manifestação no plano intencional e no plano operacional de tentar marcar golo.

E porque consideramos que o Shakhtar Donetsk é exacerbação da  Ofensividade?

No Momento Ofensivo não haverá na Europa equipas que coloquem tantos jogadores perto da baliza adversária, sendo eles avançados, médios ou defesas.

Sempre a atacar com muitos, mas sempre preparado para a perda - com dois jogadores a promover o equilíbrio da equipa. Uma abordagem a encarar o Jogo como uma Inteireza Inquebrantável.


Nesta imagem poderemos ver 6 jogadores englobados no processo ofensivo, mesmo estando já com uma vantagem de dois golos em plenos quartos-de-final de uma competição europeia.



Mesmo aos 87' e com uma vantagem de 3x0, o Shakhtar coloca novamente 6 jogadores nas imediações da área adversária, acabando o remate por resultar no 4x0.


No Momento de Perda de Bola não haverá na Europa equipas que tenham uma reacção à perda tão boa, demorando tão pouco tempo a tornar a recuperá-la.

Não é só no plano intencional que existe reacção à perda. Toda a equipa está estrategicamente preparada para encarar assim o momento de reacção!



O facto de atacar com muitos, promove que a equipa adversária também não tenha muitos no ataque, estando por isso o Shakhtar preparado antecipadamente para qualquer tipo de transição ofensiva do adversário. 


No Momento Defensivo não haverá na Europa equipas com tanta a vontade de ter a bola, seja, muitas vezes qual for a circunstância tempo-espaço do jogo.

Depois de uma vitória fora na primeira-mão, muitos clubes adoptariam outro tipo de estratégia defensiva. Já o Shakhtar, logo aos 4min fez questão de manifestar que estava em jogo para ganhar e não só para passar na eliminatória.


Não importa qual o minuto de jogo, nem qual o resultado. O Shakhtar quer a bola.



Atacar com muitos, e defender com muitos. Aqui, são 11! Sempre a procura da conquista da bola para poder atacar!


No Momento de Recuperação de Bola não haverá na Europa equipas que valorizem tanto essa conquista, optando tanto por a manter segura, como explorando potenciais espaços na estrutura defensiva do adversário. 

Este Shakhtar é a prova viva que é possível haver uma Ordem superior dentro de uma realidade Caótica. Obrigado Luís Castro e companhia.









 

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