O
ano de 2020 está a ser um ano um ano bem difícil que por razões óbvias, já
todos o sabemos.
Paralelamente,
também o está a ser no que diz respeito à Criatividade. No mesmo ano perdemos
Sir Ken Robinson, expoente máximo da investigação e reflexão sobre
Criatividade; e Diego Maradona, um dos jogadores mais Criativos da História do
Futebol, senão aquele que melhor manifestou esta capacidade.
Por
coincidência, já há muitos anos que não era exigida à sociedade que fosse tão
criativa como nos dias de hoje. Seja por uma questão de tentar encontrar formas
de se divertir, de trabalhar ou até de sobreviver em contexto de tamanhos
constrangimentos e confinamentos.
Também
no Futebol, e fruto da evolução (?) do Jogo, urge a necessidade do jogador e da
equipa serem criativos e imprevisíveis perante o adversário, como forma de
ultrapassar a crescente preponderância da dimensão estratégica que o Futebol de
hoje acarreta.
Ao
vermos Futebol português, existe um jogador que nos últimos anos nos tem
cativado a tentar contrariar essa tendência mais “fechada” que o jogo tem tido:
Falamos de Adel Taarabt.
Na
mesma altura que choramos a morte de Maradona e nos lamentamos de uma forma
gritante da ausência de Criatividade no Futebol actual, assistimos a uma
crucificação daquele que poderá ser o jogador mais Criativo que passou por
Portugal nos últimos anos.
Quem
ataca o marroquino justifica-o na maior parte das vezes com o reducionismo da
estatística das “bolas perdidas”, desprezando a premissa preconizada por Vítor
Frade de que a estatística é muitas vezes como o biquíni, mostrando muita coisa
mas tapando o essencial.
Outro
“problema” que Taarabt parece manifestar prende-se com o facto de ele não ser
um jogador que goste muito daquilo a que muito chamam das “amarras tácticas” do
jogo. Ao contrário do que muitos treinadores (?) querem para a sua equipa,
Taarabt nem sempre respeita uma cobertura defensiva, nem sempre preenche o
espaço do duplo-pivot de uma forma mais eficaz e nem sempre toma uma opção
demasiado segura. Ou seja, Taarabt mostra muitas vezes dificuldade em respeitar
os sub-princípios dos sub-princípios que muitos treinadores procuram ver
implementados nas suas equipas.
Treinadores
esses que enquanto choram pelo desaparecimento do “Futebol de Rua”, são muitas
vezes os primeiros a castrar ou a condenar os jogadores que trazem aquilo que
melhor as ruas lhes deram para o Estádio.
Com
todo o devido respeito, por aqui seremos sempre a favor dos Taarabts desta
vida. Enquanto podermos, escolheremos sempre a Criatividade, a Imprevisibilidade
e a Fantasia…
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