Ao
longo do processo de EnsinoAprendizagem do Jogo de Futebol, o treinador utiliza
a comunicação, seja ela verbal ou não, como uma importante ferramenta (tirando
o lado mecânico à questão) de auxílio ao desenvolvimento do jogar do indivíduo
e da equipa.
Acreditamos
que a estratégia comunicativa apelidada de “Descoberta Guiada” seja a melhor
forma que o treinador utiliza no treino para que o jogador aprenda e/ou
desenvolva por si próprio determinados comportamentos individuais e colectivos
específicos às ideias superiores da equipa.
O
conceito de “Descoberta Guiada” reinterpreta o famoso provérbio chinês que
sugere que “quando alguém tem fome, mais do que lhe dar-se o peixe, o
importante é ensiná-lo a pescar”.
Consideramos
que, mais de que utilizar uma comunicação emissor-receptor, o treinador deverá
interagir com os jogadores durante o treino. Esta relação mais “aberta”
permitirá ao treinador saber como é que os jogadores se sentem em determinada altura do exercício, nomeadamente ao nível do
posicionamento, da tomada de decisão, da eficácia da tarefa… Por outro lado, os
jogadores ao responderem ao treinador, estão também eles a reflectir sobre o
pretendido por este, “descobrindo” aquilo que o treinador pretende para ele e
para a equipa.

O
primeiro obstáculo que poderemos abordar é quando em determinado contexto os
jogadores não “descobrem” por si próprios aquilo que se pretende. Ou seja, é
nosso desejo que haja determinada tomada de decisão, mas isso não acontece
porque os jogadores não “atingem” a nossa intenção. Acreditamos que quando isto
acontece, poderá existir uma responsabilidade repartida pela falta de eficácia
do comportamento:
- por um lado o
treinador não está a ser competente na escolha do exercício ou das suas
condicionantes por não conseguir retirar aquilo que se pretende;
- por outro, os
jogadores podem não ter uma capacidade criativa ou inteligência específica
inerente ao jogo para ser eficaz na sua tarefa.
A
dificuldade maior da análise deste problema surge quando admitimos que o
exercício e/ou as suas condicionantes estão muito bem estruturados assim como a
capacidade criativa e a inteligência dos jogadores é elevada. Ao ponto de
julgarmos que o exercício em questão é possível de ser operacionalizado
continuando, contudo, a falhar…

Sabemos
que as investigações têm indicado que existe interferência negativa na
aprendizagem aquando do uso da instrução descritiva. Em especial por se
verificar que as instruções verbais não serem suficientemente “ricas” para
promover uma adaptação funcional do corpo. Mas até agora ainda não conseguimos
encontrar estratégias de treino melhores para que as crianças entendam o
benefício da utilização da parte interna do pé em detrimento de outras.
Em
ambas as situações, por erro próprio, o que acontece muitas das vezes da nossa
parte para se tentar ultrapassar o problema é optar-se por dirigir um feedback
puramente instrutivo sobre o determinado jogador.
Jogador X não “cumpre” – Feedback sobre o Jogador X
Admitimos
que essa estratégia não é a mais correcta, mas muitas das vezes, não
encontramos alternativa…
Sem comentários:
Enviar um comentário