sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O Tridente do AZ Alkmaar - Quando a todo é maior que a soma das partes


Temos visto alguns resumos da Eredivisie, um campeonato que gostamos de acompanhar dada a abordagem romântica que muitos treinadores têm sobre o Jogo.
Dentro de um estilo de posse o AZ Alkmaar tem sido das equipas que mais nos tem cativado, com uma criatividade e imprevisibilidade apaixonantes, sustentada numa constante mobilidade dos seus jogadores.
Individualmente Calvin Stengs, Myron Boadu e Oussama Idrissi têm-nos “enchido o olho”. São estes os jogadores que compõem a frente de ataque do AZ Alkmaar, e nos 12 jogos realizados até agora, divididos entre a Eredivisie e a Liga Europa, estes meninos de 20, 18 e 23 anos respectivamente, já marcaram 16 e deram a marcar 17 dos 26 golos concretizados pela equipa.
Até aqui, tratasse apenas de uma estatística interessante por parte deste trio de ataque. Contudo, houve algo que nos chamou a atenção ao vermos o resumo do jogo do empate contra o Partizan de Belgrado. O jogo teve o resultado final de 2x2, e para os holandeses quem marcou um golo, assistiu o outro. No caso Boadu e Stengs, um golo e uma assistência para cada.
Já nos tínhamos apercebido que existe na dinâmica ofensiva uma “química” muito forte entre os 3 jogadores de ataque, mas só com uma análise mais aprofundada constatámos que essa relação é verdadeiramente eficaz.
Peguemos nos dados dos 12 jogos realizados até agora pela equipa de Alkmaar sobre o ponto de vista reducionista: Stengs, 4 golos/7 assistências; Boadu 6 golos/6 assistências; Idrissi 6 golos/4 assistências.
Agora olhemos para os dados com uma visão sistémica: do total de 17 assistências para golos que este tridente realizou, 13 delas foram “internas”! Ou seja, de um desses jogadores, para outro desses jogadores.
Tendo ido por um caminho que não dominamos que é o da Estatística, tentámos justificar ou mesmo comprovar com estes dados que “o Todo é superior à soma das partes”. Ou seja, a qualidade e a força da relação que estes jogadores exercem entre eles é, a nosso ver, maior que a qualidade e a força (técnica, obviamente) individual que cada um tem.
São jogadores fantásticos, bastante evoluídos com um futuro muito promissor no Futebol Holandês, tendo, na nossa opinião, capacidade e potencial para chegarem a clubes com maior reputação a curto prazo – Stengs é quem vemos que possa vir a alcançar um patamar superior. Mas as dinâmicas que o tridente consegue criar entre si, é que são a essência da sua qualidade superior.   
Mérito para o seu treinador, Arne Slot, que tem feito um trabalho fantástico ao conseguir potenciar a qualidade das intra-relações deste tridente, sem nunca descurar as relações deste tridente com o resto da equipa – que ao contrário da imagem que podemos estar a passar, estão longe de estarem fechadas entre eles e os seus colegas.   

PS: os dados obtidos têm como referência o site zerozero.pt. Segundo outras plataformas, como o transfermarkt.pt os dados poderão ser diferentes.

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