Ao
contrário de muitas outras associações, a Associação de Futebol da Guarda, não
tem um quadro competitivo regular para o escalão de Sub11.
Aqui,
que é onde estamos inseridos, as equipas de “escolinhas” defrontam-se
esporadicamente – normalmente de 3 em 3 semanas – em torneios de 4 equipas,
alterando o futebol de 5, dentro de pavilhão, e o futebol de 7, nos estádios,
dentro da própria época desportiva.
Pelo
que já nos foi transmitido pelos coordenadores técnicos da Associação, esta
estrutura competitiva vai de encontro às premissas definidas pela própria
Federação Portuguesa de Futebol, que pretende dar um carácter bastante lúdico e
recreativo à prática do futebol nestas idades.
Respeitando
a filosofia da FPF e da AFG sobre este assunto, não podemos negligenciar as
suas consequências no nosso Processo de Ensino do Jogo. Desde 7 de Fevereiro
que temos estado a orientar o nosso treino para o futebol de 7, com uma
estrutura de jogo diferente da usada nas épocas anteriores (passámos do 1x2x3x1
para o 1x1x2x1x2), exigindo uma adaptação diferente às suas diferentes
dinâmicas. Acreditamos que as crianças estão a assimilar bem os princípios que
balizam o nosso jogar, mas sobretudo estão a evoluir enquanto individualidade
no Jogo.
É
aqui que surge o derradeiro problema desta reflexão. Como poderemos nós dizer
que eles estão a evoluir, a crescer, a desenvolverem-se se desde dia 7 de
Fevereiro nós só ainda estivemos presentes num Torneio? Ou seja, como poderemos
nós avaliar a qualidade do nosso processo de ensino e a qualidade do processo
de aprendizagem das crianças se não realizamos jogos?
Passámos
a jogar com dois avançados, em vez de um – fizemos bem ou fizemos mal? Criámos
o papel de organizador de jogo ao nosso médio ofensivo, com o intuito da equipa
desenvolver jogadores que possam vir a ser excelentes nº 10 no futuro, fruto do
desaparecimento deste modelo de jogador – certo ou errado? A dinâmica de
coberturas defensivas é mais exigente por as equipas adoptarem normalmente um sistema
diferente do nosso – somos mais ou menos eficazes a defender? O nosso defesa tem
um papel mais redutor ao nível da progressão e construção mas mais
especializado na organização defensiva – é ainda cedo para especializar tanto?
Deixámos de ser tão largos a jogar – quem deverá assegurar a largura que falta,
os médios, os avançados, depende de onde a bola está?
Julgamos
que as respostas a estas perguntas não são imediatas e que só com a realização
de vários jogos poderemos obter um esboço das mesmas.
É
verdade que já deveriam ter sido realizados dois Torneios, fruto da falta de
organização de um deles por parte de um dos clubes, mas não é mais verdade que
existe um grande descompromisso por parte da Associação de Futebol da Guarda
relativamente a estes escalões.
Acreditamos
que já está na altura de se mudar o paradigma e ajustar o quadro competitivo,
pegando no exemplo de outras Associações de Futebol, como é o caso da de Vila
Real. Não estamos a falar de um processo competitivo baseado em classificações,
pois acreditamos que não fará muito sentido nessas idades, mas sim de um quadro
competitivo regular, com jogos semanais, semelhante a outros escalões mais
velhos.
Talvez
nesse momento o jogador e a equipa do distrital da Guarda comece a ser mais
valorizado…
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