Hoje
o Benfica ganhou 32 a 0, num jogo de infantis. Infelizmente, este caso não é
único, e embora não seja frequente, vai acontecendo ao longo da época nas mais
diversas regiões de Portugal.
Num
resultado destes há muita coisa que nos faz confusão. Tanto numa equipa como na
outra.
Começando
pelo Mem Martins e desconhecendo por completo essa equipa, não deixa de ser
lamentável que se apresente em competição com um grupo de jogadores capaz de tal
feito histórico. Temos consciência e também nós provocamos os jogadores para
que eles sintam que o Futebol não é um “mar de rosas”. Mas expor as crianças a
tal humilhação é tudo o que menos se quer no futebol de formação. Como se
sentiam as crianças no final do jogo? Que palavras lhes disse o seu treinador
no final do mesmo? Como ficariam os pais depois de verem os seus pequenotes a
ser desvalorizados daquela maneira?
Passando
para o lado do Benfica, cujo seu lema é “formar a ganhar”, julgamos que deveria
repensar melhor a sua estratégia para o seu futebol de formação de iniciação.
Pelo menos para este jogo. Não acreditamos que a hora que os meninos passaram nesta
partida tenha contribuído para o seu processo formativo. Algo está errado
quando se marca um golo de 2 em 2 minutos e quem menos culpa tem, são
obviamente as crianças.
Com
este resultado presumimos que a equipa se apresentou na sua máxima força, com
os seus melhores jogadores nas suas melhores posições. Daí, deixarmos umas interrogações.
Não seria melhor para o jogo, o treinador tem colocado em campo menos jogadores
do que o seu adversário? Não seria melhor para o jogo, o treinador colocar os
jogadores em posições menos confortáveis criando-lhes alguma dificuldade
naquilo que é o seu processo? Não poderia o treinador ter criado algumas
condicionantes estratégicas aos seus jogadores para eles marcarem golo (por exemplo:
remate com pé não-dominante, passar a bola por todos antes de marcar golo)?
Temos
consciência que se estaria a descaracterizar a essência do jogo, mas
acreditamos que a formação das valências técnicas e humanas das crianças é
prioritária a qualquer recorde e fome de ego que possa haver. Pelo menos, é
esta a ideia de quem tem uma visão romântica do jogo.
Ficamos
a aguardar outras opiniões…
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