sábado, 5 de novembro de 2016

Quando se ganha por 32 a 0!

Hoje o Benfica ganhou 32 a 0, num jogo de infantis. Infelizmente, este caso não é único, e embora não seja frequente, vai acontecendo ao longo da época nas mais diversas regiões de Portugal.

Num resultado destes há muita coisa que nos faz confusão. Tanto numa equipa como na outra.

Começando pelo Mem Martins e desconhecendo por completo essa equipa, não deixa de ser lamentável que se apresente em competição com um grupo de jogadores capaz de tal feito histórico. Temos consciência e também nós provocamos os jogadores para que eles sintam que o Futebol não é um “mar de rosas”. Mas expor as crianças a tal humilhação é tudo o que menos se quer no futebol de formação. Como se sentiam as crianças no final do jogo? Que palavras lhes disse o seu treinador no final do mesmo? Como ficariam os pais depois de verem os seus pequenotes a ser desvalorizados daquela maneira?

Passando para o lado do Benfica, cujo seu lema é “formar a ganhar”, julgamos que deveria repensar melhor a sua estratégia para o seu futebol de formação de iniciação. Pelo menos para este jogo. Não acreditamos que a hora que os meninos passaram nesta partida tenha contribuído para o seu processo formativo. Algo está errado quando se marca um golo de 2 em 2 minutos e quem menos culpa tem, são obviamente as crianças.

Com este resultado presumimos que a equipa se apresentou na sua máxima força, com os seus melhores jogadores nas suas melhores posições. Daí, deixarmos umas interrogações. Não seria melhor para o jogo, o treinador tem colocado em campo menos jogadores do que o seu adversário? Não seria melhor para o jogo, o treinador colocar os jogadores em posições menos confortáveis criando-lhes alguma dificuldade naquilo que é o seu processo? Não poderia o treinador ter criado algumas condicionantes estratégicas aos seus jogadores para eles marcarem golo (por exemplo: remate com pé não-dominante, passar a bola por todos antes de marcar golo)?

Temos consciência que se estaria a descaracterizar a essência do jogo, mas acreditamos que a formação das valências técnicas e humanas das crianças é prioritária a qualquer recorde e fome de ego que possa haver. Pelo menos, é esta a ideia de quem tem uma visão romântica do jogo.


Ficamos a aguardar outras opiniões…

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